Estudo revela que apenas 8% de pretos e pardos possuem cargos de liderança no Brasil
Adriana Forcato - Sala de imprensa

13/09/2024 às 16h09

Divulgação

Um estudo realizado pela consultoria especializada em diversidade e inclusão, Indique uma Preta, trouxe à tona dados preocupantes sobre a representatividade de pessoas pretas e pardas em posições de liderança no Brasil. A pesquisa constatou que apenas 8% desse grupo ocupa cargos de chefia em suas respectivas empresas, evidenciando a persistência da desigualdade racial no mercado de trabalho. 

O levantamento, que ouviu mais de 1.000 trabalhadores de todas as raças em diferentes setores do país, revela que o caminho até o topo para pessoas negras é repleto de barreiras. Muitas vezes, esses profissionais permanecem entre 5 a 10 anos na mesma função, sem perspectivas de promoção, revela o estudo. 

Os obstáculos não se limitam ao ambiente de trabalho, mas começam muito antes, nas dificuldades de acesso à educação de qualidade. O estudo revelou, por exemplo, que quase 10% dos entrevistados negros são analfabetos, enquanto essa taxa cai para menos de 4% entre os trabalhadores brancos. Além disso, entre aqueles que conseguem ingressar na universidade, 21% desistem antes de concluir a graduação. 

Segundo dados do Geledés - Instituto da Mulher Negra, apesar de 29,3% dos estudantes de universidades públicas e privadas em 2017 serem mulheres negras, apenas 8% conseguem alcançar posições de liderança. A plataforma Vagas.com corrobora a desigualdade: 39,4% dos profissionais pretos e pardos se concentram em funções auxiliares/operacionais, enquanto a presença em cargos de diretoria é ínfima, de apenas 0,40%, em contraste com 1,10% de profissionais brancos. 

A trajetória de Roberta Nascimento, diretora jurídica da Paschoalotto, ilustra as dificuldades enfrentadas por profissionais negras. “Existe um racismo estrutural que te coloca à margem. Você precisa se esforçar muito mais do que seus colegas brancos para alcançar suas metas. É preciso provar que você é melhor, porque você é preta. E se você for mulher preta, a prova se torna ainda mais difícil, pois você concorre com os brancos e com os homens brancos”, confessa Roberta, evidenciando a dupla discriminação. 

A Paschoalotto, reconhecendo a necessidade de promover a inclusão, criou um comitê para garantir a diversidade em todos os setores da empresa. Rosana Camargo, gerente de responsabilidade social da companhia, destaca a importância dos grupos de afinidade como ferramenta para fomentar a inclusão. “Temos cinco grupos de afinidades aqui, voltados para etnia racial, LGBTQIA+, pessoas com deficiência, gênero e gerações. Esses grupos são essenciais para o desenvolvimento e promoção de cargos de liderança. Já implementamos diversas políticas afirmativas pensando nesses públicos historicamente discriminados”, ressalta Rosana. 

Embora algumas empresas estejam dando passos importantes em direção à diversidade e à inclusão, o ambiente corporativo inclusivo ainda é uma realidade para poucos. E essa é uma preocupação constante para Roberta, que se questiona sobre o futuro da filha. “Eu gostaria de um cenário de trabalho em que ela não precisasse provar três vezes mais que é capaz. Que ela pudesse simplesmente provar que é capaz, só isso”, reflete a diretora.

Fonte: Sala de imprensa
PUBLICIDADE
RIC Ambiental anuncia investimentos para melhorar a qualidade serviços de água e esgoto em Marília
Cinépolis do Marília Shopping promove uma semana com ingressos a preços promocionais
Segunda-feira Associação Comercial começa a ouvir o futuro prefeito
Marília Shopping celebra Dia do Cliente com ações especiais
© 2023 YesMarilia - Informação e entretenimento

Todos os direitos reservados